Se o ceticismo demasiado prejudica a esperança de um dia chegarmos a uma descoberta, credulidade demais nos tira a capacidade de duvidar e a dúvida é a raiz de toda ciência
Trabalhar com medicina é fundamentalmente trabalhar com ciência. Essa afirmação parece simples, mas é profunda. Para um conhecimento ser realmente científico é preciso muito estudo, são necessários testes e mais testes e uma rigorosa avaliação baseada em métodos seguros.
Mais do que isso, as testagens respeitam critérios éticos, não são feitas de qualquer maneira, seguem preceitos estabelecidos por um comitê de ética. Ou seja, um estudo de qualidade pressupõe a obediência a esses preceitos. Não há vale-tudo na ciência.
Numa época em que o nome da ciência nem sempre é pronunciado com a seriedade que demanda, é importante que as pessoas saibam averiguar se uma terapia — para ficar na medicina — tem sua eficiência cientificamente reconhecida de fato.
A simples publicação não confere a um estudo credibilidade científica. A profusão de canais de comunicação não é um fenômeno restrito ao mundo pop. No mundo médico e acadêmico também proliferaram veículos que se autointitulam científicos, mas não se pode acreditar sem antes realizar um profundo e acurado exame.
Se o ceticismo demasiado prejudica a esperança de um dia chegarmos a uma descoberta, credulidade demais nos tira a capacidade de duvidar e a dúvida é a raiz de todo conhecimento científico.
Por isso, quando for procurar saber sobre as melhores terapias para este ou aquele problema em veículos especializados, vale saber quais são as revistas científicas mais bem ranqueadas no universo acadêmico.
Não se trata de grife, mas de critério. As revistas mais bem ranqueadas são assim reconhecidas porque são criteriosas em suas avaliações e o estudo, para ser publicado nela, precisa se sustentar em métodos científicos cujo valor já se provou inúmeras vezes, não apenas na promoção do conhecimento em si, mas por fazê-lo sob critérios essencialmente éticos.