Quais são as lesões do joelho, no futebol, que ocorrem com mais frequência? Como diagnosticá-las, tratá-las e preveni-las?

O futebol é o esporte mais praticado no Brasil. Traz inúmeros benefícios à saúde, mas também traz riscos e o joelho é uma das articulações mais exigidas. Arrancadas, freadas, choques e giros de corpo são movimentos básicos, mas que resultam em muitas lesões do joelho no futebol.

Neste conteúdo, eu conto quais são as lesões do joelho mais frequentes entre os praticantes de futebol e também digo como diagnosticá-las, tratá-las e preveni-las.

Sobre as lesões mais comuns

As lesões ligamentares estão entre as mais comuns em praticantes de futebol. A mais comum é a do ligamento colateral medial, responsável por impedir que o joelho vá para dentro, ou seja, faça o movimento de valgo. Esse ligamento costuma cicatrizar sozinho, então, seu tratamento costuma ser conservador, sem cirurgia.

As lesões ligamentares estão entre as mais comuns em praticantes de futebol. A mais comum é a do ligamento colateral medial, responsável por impedir que o joelho vá para dentro, ou seja, faça o movimento de valgo. Esse ligamento costuma cicatrizar sozinho, então, seu tratamento costuma ser conservador, sem cirurgia.

As lesões ligamentares estão entre as mais comuns em praticantes de futebol. Caso da ruptura no ligamento colateral medial (LCM) e no ligamento cruzado anterior (LCA).

Outro ligamento bastante acometido por lesões é o cruzado anterior (LCA), cuja principal função é impedir que a tíbia se anteriorize ao fêmur. Quando se trata de ruptura do LCA, é necessário intervenção cirúrgica na maioria das vezes.

Lesões de menisco

Os meniscos são igualmente sensíveis a lesões na prática do futebol. Há vários tipos de lesões meniscais com diferentes gravidades e que demandam tratamentos específicos, de acordo com os hábitos dos pacientes e os sintomas apresentados.

No caso de um futebolista profissional ou um praticante assíduo com maior nível competitivo, a cirurgia tende a ser o tratamento mais apropriado. Se for um paciente recreacional, muitas vezes, é possível tratar sem cirurgia.

Além dessas lesões específicas da articulação, há as lesões ao redor do joelho, em músculos, como o quadríceps, os posteriores da coxa e também da panturrilha.

Para se proteger das lesões do joelho no futebol

Os grupos musculares são estabilizadores secundários de todas as articulações. Quem não tem um músculo bem preparado para o gestual do futebol, acaba por ter quase toda a energia dos movimentos concentradas nos ligamentos, meniscos e cartilagens do joelho.

O músculo colabora para uma biomecânica apropriada e também a dissipar essas forças que incidem sobre o joelho durante a prática do futebol. Para prevenir lesões do joelho, é fundamental haver uma adequada preparação muscular.

Músculos fortalecidos melhoram a biomecânica e também ajudam a dissipar as forças que incidem sobre o joelho na prática do futebol.

O músculo colabora para uma biomecânica apropriada e também a dissipar essas forças que incidem sobre o joelho durante a prática do futebol. Para prevenir lesões do joelho, é fundamental haver uma adequada preparação muscular.

Em resumo, as pessoas mais propícias a essas lesões são as que têm menor preparo muscular para suportar a carga de energia que o gestual futebolístico, naturalmente, concentra no joelho.

Diagnósticos, em linhas gerais

O diagnóstico das lesões, comumente, é dado por um conjunto de informações que envolvem a história clínica, o exame físico e os exames de imagem do paciente. Primeiro, busca-se saber o que aconteceu, como foi o trauma, que movimento foi feito e que tipo de dor o paciente sente. A resposta a essas perguntas e a reprodução, na medida do possível, do movimento que causou a lesão nos aproximar bastante do diagnóstico correto.

Uma informação importante para saber se a lesão foi no LCA, por exemplo, é se o paciente sentiu ou ouviu um estalo no instante da torsão. Se ele disser que sim, há grandes chances de ter lesionado o LCA.

O exame físico, nesse contexto, é de suma importância, mas deve ser feito com muito cuidado para não provocar mais dor ainda ao paciente. É comum os músculos ao redor da articulação entrarem em contratura por causa da lesão, o que deixa a região da articulação bem dolorida. Com jeito, é possível tirar informações preciosas para o diagnóstico e, já no exame físico, dizer qual é a lesão, sobretudo se for ligamentar, como vimos no exemplo do LCA.

Contudo, os exames de imagem, em especial a ressonância magnética, são importantes para entender se existem outras lesões associadas, bem como, em alguns casos — como de lesões do menisco —, para que possamos fazer um diagnóstico mais preciso e detalhado. O Raio-X, por sua vez, é feito em caso de traumas com suspeita de fratura.

Tratamentos de lesões ligamentares

No caso do ligamento colateral medial, o tratamento envolve a imobilização do joelho por um período que pode variar de três a seis semanas. Normalmente, não precisa operar. Depois da imobilização, a reabilitação envolve fisioterapia, cujas principais finalidades são devolver o movimento da articulação ao paciente e recuperar a massa muscular.

Quando se trata de lesão no LCA, o tratamento costuma ser cirúrgico. Nove meses para o retorno me parece um bom tempo para a cicatrização adequada e respostas neuromusculares satisfatórias. Há pessoas cuja reabilitação é mais rápida e outras que levam mais que nove meses.

Quando se trata de lesão no LCA, o tratamento costuma ser cirúrgico.

No caso do ligamento cruzado anterior, se o paciente é praticante frequente de futebol, na maioria das vezes, a cirurgia é necessária. Os praticantes de esportes que conseguem preservar a estabilidade do joelho em segurança, mesmo com o LCA rompido, são exceção, de 5% a 6% dos casos.

Esses pacientes também costumam apresentar exames físicos favoráveis, geralmente, com baixa frouxidão na articulação. Há avaliações funcionais, normalmente realizadas por fisioterapeutas, que servem para comparar o joelho lesionado e o sadio e, se não houver diferença significativa entre a funcionalidade deles, não é preciso tratamento cirúrgico. Agora, se houver diferença, é preciso operar.

Tratamentos de lesões meniscais

No caso das lesões de menisco, se o paciente for competidor de alto nível, a chance de cirurgia é grande, mas já tratei muitos pacientes que lesaram o menisco e, voltaram à prática de futebol sem precisaram operar.

Se a prática do futebol for recreacional, é possível, muitas vezes, encontrar outros caminhos por meio dos tratamentos não cirúrgicos. Agora, se a lesão é sintomática e os tratamentos conservadores de combate à dor não dão resultado, mesmo que seja um paciente recreacional, a cirurgia precisa ser realizada.

Tempo de retorno em lesões de ligamento

É importante esclarecer que o retorno à prática esportiva depende da reabilitação efetiva da articulação, independentemente do tempo que se leve para isso. Cada caso tem suas especificidades, mas há estudos, para algumas lesões, que permitem estabelecer um tempo médio de reabilitação.

No caso do ligamento colateral medial, a volta aos gramados de um profissional de futebol, com acompanhamento permanente de um fisioterapeuta, pode levar de três a seis semanas.

Quando se trata de lesão no LCA, o tratamento costuma ser cirúrgico. Nove meses para o retorno me parece um bom tempo para a cicatrização adequada e respostas neuromusculares satisfatórias. Há pessoas cuja reabilitação é mais rápida e outras que levam mais que nove meses.

Em lesões de menisco

Quando se trata de meniscos, há diferentes formas de tratar que impactam diretamente no tempo de retorno. Se for feita a retirada da parte lesionada do menisco, procedimento conhecido como meniscectomia, o paciente volta rapidamente: um atleta em menos de um mês e um jogador amador em um mês e meio ou dois.

Quando se trata de meniscos, há diferentes formas de tratar que impactam diretamente no tempo de retorno. Se for feita a retirada da parte lesionada do menisco, procedimento conhecido como meniscectomia, o paciente volta rapidamente: um atleta em menos de um mês e um jogador amador em um mês e meio ou dois.

Quando se trata de meniscos, há diferentes formas de tratar que impactam diretamente no tempo de retorno: a meniscectomia e a sutura do tecido meniscal.

O jogador do Flamengo, De Arrascaeta, no ano passado, passou por uma meniscectomia e voltou aos campos 18 dias depois do procedimento. O zagueiro italiano, Baresi, na Copa de 1994, voltou com menos de um mês e jogou a final contra o Brasil.

Contudo a tendência atual é a realização da sutura sempre que o tecido meniscal permitir, ou seja, se não estiver degenerado. Com a sutura, mantém-se o menisco o mais íntegro possível, o que é de enorme importância para proteger o joelho de um desgaste precoce e consequente artrose. Por isso, o reparo meniscal é priorizado pelos médicos.

Assim, quando há apenas a lesão do menisco e é feita a sutura, o paciente volta a jogar futebol, depois de uma reabilitação adequada, em seis meses. Contudo, frequentemente essas lesões são acompanhadas da ruptura do LCA também. Aí, valem os nove meses do tratamento do LCA como prazo.